Fala galera, jessóca na área. Semana passada minha amiga passou aqui e tirou uns suspiros de geral; agora é minha vez. Só que comigo vocês vão é suspirar por falta de ar, de tanto que vão me jogar bolinhas! Então vamos lá, deixa eu me apresentar também, antes de começar a falar do mascote dessa semana.

Quem sou eu?

Meu nome é Jessie e sou “filha” da Onça Mística e do Dodô. Minha mãe disse que me deu esse nome, pois quando estavam “me esperando”, queriam me dar um nome inglês, assim como a minha raça. Então eles descobriram que Jessie é o diminutivo de Jessica, mas também significa “agraciada por Deus”.

Bom, como já dei spoiler duas vezes; sou da raça Jack Russell Terrier e amo bolinhas. Também sou muito elétrica e meu “tio” Clê brinca que precisam estudar em mim, uma nova fonte de energia sustentável. Também sou bem curiosa, assim como minha prima, e uma tremenda de uma ansiosa por comida. 

Como mesmo, não deixo nada no prato e se bobear, como a do amiguinho também. No entanto, ao contrário da minha prima, eu sou mais atlética. Sim, eu tiro onda mesmo, que manda não aguentar na capoeira e depois vir apelar? Aquela beagle com cara de dó, esquece que eu sou metade do tamanho dela e mesmo assim tenta pular por cima de mim. 

Enfim, vamos ao que interessa, vamos falar de mascote. Eu escolhi o do Cleveland Browns, conhecem esse time? Meu “pai” e os meus “tios” dizem que é um time cheio de histórias, mas nunca vi eles chegando em lugar algum! De qualquer forma, escolhi eles, pois assim como eu e minha prima, o mascote deles também é um cachorro. Pelo menos agora.

Brownie the Elf

O primeiro mascote do Cleveland Browns era um elfo, o Brownie, mas a história dele é mais antiga do que a própria equipe. Na verdade os “brownies”, fazem parte de um folclore, que conta de algumas criaturas parecidas com elfos, que ajudavam em tarefas domésticas em troca de pequenas guloseimas para comer.

Um dos artistas que primeiro desenhou essas criaturas foi Palmer Cox; ele desenhou o elfo para campanhas de marketing de grandes empresas, incluindo o Kodak. E é exatamente isso que nos leva direto aos Browns. Na década de 40, o time de Cleveland era mesmo relevante, como meu “pai” contou. Foram quatro temporadas seguidas (1946-1949) levando o caneco pra casa. 

No entanto, o time não era tão conhecido em território americano e o dono da franquia naquela época, Arthur McBride, queria uma expansão do time; torná-lo muito mais comercializável. Eis que começam as movimentações: criação de músicas, desfiles, bandas marciais e etc. Até que um dia, ele resolve pedir que empresas enviassem um logotipo para a franquia Browns e nessa surge o Brownie.

A datas da criação desse logo ou o criador dele, não são muito bem reconhecidas. Existem divergências até mesmo dentro da organização. Talvez isso até me faça entender como eles chegaram no ponto que estão. Enfim, nem tudo dura para sempre e apesar de algumas mudanças feitas em Brownie nos anos seguintes, ele foi “demitido”.

O fim e o começo

Quando Art Modell, assume os Browns, ele resolve acabar com o elfo. Com isso, temos mais um da família Modell responsável por demissões, na grande lista da família (a “piada” é boa, entenda aqui). Em 1961, o elfo some da identidade dos Browns, pois Modell tinha vergonha dele. Infelizmente, anos depois, Modell acaba fazendo o mesmo com os Browns.

Em 1996, Modell consegue transferir a franquia para Baltimore e então nasce o Baltimore Ravens. No entanto toda a propriedade intelectual dos Browns, incluindo nome da equipe, logotipos, instalações de treinamento e histórico, foi mantida sob custódia e a franquia foi dada como suspensa. Mas sem história triste por aqui, pois em 1999 o time volta a NFL.

Com esse retorno, o novo proprietário Randy Lerner fez de tudo para resgatar Brownie e conseguiu. Segundo ele, Brownie era uma ótima âncora para resgatar a tradição dos Browns, apesar de também acreditar que precisava mudar algumas coisas na aparência da equipe. Então ele tentou buscar um equilíbrio em todas as suas decisões.

Dessa forma, em 2013 a franquia acaba introduzindo um segundo mascote ao time. Um cão, da raça labrador, com o nome de Chomps e tão carismático quando Brownie, começa a aparecer nos campos. No ano seguinte, os Browns também resolvem incluir no circuito de seus mascotes, um cachorrão de verdade, o Swagger. 

Chomps, Swagger, SJ

Se Chomps é um labrador, você deve imaginar que Swagger também, certo? Que nada amigo tailgater, o Swagger era um Bulmastife! Lá na pracinha que frequento tem dois desse aí, eles são gigantes, dá o maior medo, mas eles são legais. Swagger esteve presente em todos os jogos que os Browns tinham em casa, ele sempre liderou a equipe na saída do vestiário.

Só num jogo que os Browns fizeram com o Minnesota Vikings em 2017, lá em Londres, que ele não apareceu. Mas infelizmente, no dia 7 de fevereiro desse ano, o nosso amigo de quatro patas morreu com seis anos de idade. Ele teve um câncer muito feio e não resistiu, porém enquanto ele foi pro céu dos cães, ele deixou uma luz pra nós.

Swagger teve um filho, o nome dele é SJ e agora ele que assumirá a missão que seu pai tinha. SJ terá a honra de liderar o time até o campo em todo jogo que acontecer em Cleveland. Será muito bonito ver essa entrada na temporada que deve chegar em algum momento, nesse ano. Estou empolgada para esse jogo e você?

Mascote bom, é mascote canino

Ah! Estava quase me esquecendo. Para esse ano, os Browns abandonarão o Brownie mais uma vez. Segundo Paul DePodesta, que é o CSO dos Browns, o cara que cuida de toda a estratégia do time, Brownie era prejudicial para a equipe. Ele disse que numa pesquisa enviada a 100 fãs, 80% deles consideram o Brownie um produto ofensivo.

Então, por esse motivo, resolveram ficar apenas com Chomps (e o SJ, também) daqui pra frente. Talvez isso esteja ligado com as “pobres” apresentações do mascote após o seu retorno. Uma pena para o elfo que parecia tão carismático, mas ótimas escolhas de mascote. Meu “tio” Clê costuma dizer que o melhor mascote da NFL é um cavalo.

Um tal de Blue, do time dele, o Indianapolis Colts. Mas depois que comecei a pesquisar pra escrever essa coluna, tenho certeza que ele está “caninamente” enganado. Não existem mascotes melhores que os cães, tá aí os Browns para provarem, largaram um elfo bonitinho e mais do que isso, ao invés de um cão, eles tem dois; um de verdade e um de mentira.

Au!Woof!