Hall da Fama: Craig Biggio

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Este texto sobre Craig Biggio faz parte da série “Hall da Fama” em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.

Houve um Astro melhor do que Craig Biggio? Os fãs do time de Houston vão dizer que não. Em sua carreira, ele rebateu 291 home runs, impulsionou 1.175 corridas, rebateu a .281, com 3.060 rebatidas, 1.844 corridas. Além disso, foi eleito para sete All-Star. Biggio nasceu em 14 de dezembro de 1965, em Smithtown (Nova York). Embora não seja um nativo de Houston, ele sempre será tratado como um filho do Texas.

Biggio jogou de 1988 a 2007 – todas as temporadas com o Houston Astros. Em seus dias de High School, no Kings Park, em Long Island, Craig Alan Biggio se destacou nos esportes, o que foi um tema recorrente ao longo de sua vida. Quando estava no último ano, ele ganhou o Prêmio Hansen, um troféu concedido ao melhor jogador de futebol do condado de Suffolk.

No baseball profissional

Mas Biggio adorava baseball. Ele recusou várias bolsas de futebol americano para jogar baseball na Seton Hall University, em Nova Jersey. Na Seton Hall, ele seria companheiro de Mo Vaughn (1B) e de John Valentin (3B), ambos futuros jogadores da MLB. Mas Biggio superou os dois.

Craig recebeu todas as honrarias do baseball universitário e seu futuro foi revelado quando os Astros o selecionaram com a 22ª escolha geral no draft de 1987. Em sua primeira temporada no baseball profissional, ele rebateu para .375 com nove home runs e 49 RBI no time de Single-A, o Asheville Tourists. Ele recebeu mais walks (39) do que rebateu (33). Tanto quantos foram os walks, os elogios também foram vários. Na temporada de 1988, Biggio seguiu espetacular.

Mas desta vez foi na Triple-A! Ele tinha três home runs, 41 RBI e uma média de rebatidas de .320. Então, em 26 de junho de 1988, o Houston Astros trouxe Biggio para a MLB. Entretanto, o início não foi fácil. Ele teve apenas .211 no bastão com parcas cinco corridas impulsionadas em 50 jogos.

No entanto, os Astros sabiam quem era Craig Biggio. No ano seguinte, 1989, ele atingiu .257 com 13 home runs e 60 RBI em sua primeira temporada completa na MLB. Nessa temporada ele ganhou o primeiro dos cinco prêmios de Silver Slugger que teria em sua carreira.

Como segunda base

Embora atuasse como catcher, Craig tinha uma grande capacidade de roubar bases. Em 1989 foram 21 roubos. Por causa de sua velocidade em base, Houston não queria desperdiçar essa habilidade, então eles o converteram em segunda base em 1992. Craig Biggio não vacilou! Rebateu a .277 com seis home runs e 39 RBI. Ele jogou todos os 162 jogos, roubando 38 bases, registrando 170 rebatidas e 96 corridas em 613 at-bats.

A temporada de 1994 foi cruel com Biggio. Ele tinha seis home runs e 56 RBI com uma média de rebatidas de .318. Craig também liderava a MLB em duplas, com 44. Tudo isso em apenas 114 jogos. No entanto, a temporada foi encurtada devido à greve de jogadores. Projetando esses números em 162 partidas, como fez em 1992, 1996 e 1997, ele teria nove home runs, 80 corridas impulsionadas, uma média de rebatidas de .318 e 62 duplas.

Craig Biggio
Um bom ladrão de bases.
Fonte: SB Nation

As 62 rebatidas duplas teriam estabelecido um recorde. Mas agora o recorde não pertence a Biggio. Ele conseguiu ganhar uma Gold Glove como um segunda base de elite na sua senda para se tornar o melhor homem de segunda base dos anos 1990. Em 1995, ele desenvolveu uma nova estratégia. Biggio ficava mais próximo ao home plate no momento de rebater. Com isso, ele foi atingido 22 vezes nessa temporada. Seu OBP foi a .406.

Ele liderou a Liga em hit by pitch em 1996 e 1997, incluindo 34 no último ano, o terceiro maior em uma temporada no século XX. Ao fim da temporada 1999, Craig Biggio havia sido atingido 153 vezes, o quarto na história do baseball. E ele só estava na MLB há 11 temporadas.

Um homem inquebrável

Mas chegar em base por boladas não era sua única habilidade. De 1996 a 1999, ele ganhou duas Luvas de Ouro, rebateu 73 home runs e obteve uma média de rebatidas de .304.

Mais importante, ele levou os Astros a três títulos de divisão. Além disso, Craig era inquebrável. Mas em 1º de agosto de 2000 essa sequência foi quebrada. Depois de 1.800 jogos sem ir para a lista de contundidos, Biggio sofreu uma lesão no joelho. Ele se contundiu quando Preston Wilson deslizou para dentro dele, rompendo o ACL e o MCL de Biggio. Ele ficou desapontado, mas sabia que esse recorde não significava nada,

“Não vou dizer que não estou um pouco decepcionado. Estamos aqui para vencer uma divisão, não para manter as sequências vivas”.

No entanto, na temporada seguinte, 2001, ele se redimiu rebatendo a .292 com 20 home runs e 70 RBI. Embora Biggio tenha começado a perder força e agilidade com o passar dos anos, os Astros não. Mas se Biggio e os Killer B’s (Lance Berkman, Jeff Bagwell e Craig Biggio) foram o sustentáculo dos Astros no início de sua carreira, nas temporadas de 2004 e 2005 era o montinho (Oswalt, Clemens e Pettitte) a grande força de Houston. Mas eles não conseguiram ganhar uma World Series.

Aposentadoria e Hall da Fama

Biggio nunca conseguiu mais de .280 depois de 2004, quando rebateu para .281. Ele atingiu .264 (2005); .246 (2006); e .251 (2007). Em 30 de setembro de 2007 ele declarou sua aposentadoria. Biggio encarna o verdadeiro jogador de equipe. Durante sua carreira ele evitou a arbitration por duas vezes; também rejeitou um acordo com os Mets, caso em que ganharia mais dinheiro e ficaria perto de sua casa, em Nova York. Mas sua lealdade aos Astros falou sempre mais alto.

Craig Biggio.
O maior Astro.
Fonte: ESPN

Craig Biggio foi um jogador de excelência, dentro e fora dos campos. O Roberto Clemente Award diz muito sobre quem era Biggio para sua comunidade. Dentre as honrarias que recebeu, ele tem sua camisa #7 retirada pelos Astros, além de fazer parte do Houston Astros Hall of Fame. Suas sete seleções para o All-Star Game; suas quatro Luvas de Ouro e seus cinco prêmios de Silver Slugger foram sintetizados quando em 2015 ele se tornou um membro do Hall da Fama do Baseball.

Tony La Russa resume bem o tipo de sentimento que jogadores como Biggio inspiram,

“Biggio era muito competitivo. Você respeita muito caras assim. Se você está jogando com ele, você o ama. Se você está jogando contra ele, quer derrotá-los”.

Senhoras e senhores, o Astro Craig Biggio!

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