seleção brasileira de softbol

Entrega, paixão, suor e muitos sonhos

Tempo de leitura: 15 minutos

Durante nossas milhares de pesquisas e leituras esportivas, nos deparamos com uma história muito boa. Uma seleção brasileira, de muitas meninas apaixonadas e determinadas, em busca de uma vaga olímpica. Estamos falando da seleção feminina de softbol do brasil. Logo após conquistar o vice campeonato no sul-americano de softbol, está em sua preparação para uma vaga nas olimpíadas. Sem muito espaço na mídia, sem muita divulgação sobre o esporte ou sobre elas, e com investimentos baixíssimos, já dá para imaginar a grandeza do feito.

Bom, nós corremos atrás dessas meninas e tentamos ser o máximo de Sérgio Chapelin que conseguimos. “De onde vieram, como vivem, o que comem”. Brincadeiras a parte, nosso primeiro contato foi com a Camila Silva. Ela é arremessadora da seleção e nos ajudou a planejar o formato dessa entrevista.

Por uma rápida conversa por skype, foi decidido enviar um questionário as meninas, pois seria mais fácil para elas. Ao longo da entrevista vocês poderão entender o porquê disso. O intuito da entrevista é tentar levar a história delas para mais pessoas, também tentar ajudá-las na caminhada até Tóquio. 

Enfim, aqui chegamos em nosso questionário. Além da Camila, as outras atletas que nos responderam foram a Bibi, a Sayumi e a Samira. Nesse primeiro contato, buscamos abordar mais sobre as meninas e sobre o esporte. Passando das diferenças entre o baseball e o softbol, até uma pergunta mais apimentada, com relação a CBBS (confederação brasileira de beisebol e softbol). Vamos lá!

Diferenças entre o baseball e o softbol

Parabenizamos as meninas pelo ótimo desempenho no sul-americano e começamos com uma pergunta para deixar todos os tailgaters na mesma página. Partindo da ideia que nossos leitores estão mais acostumados com o baseball, quais as diferenças entre os esportes?

Camila, Bibi e Samira, fixaram que as principais diferenças são, tamanho da bola, as dimensões do campo e a forma do arremesso. Enquanto no baseball é feito o arremesso por cima, no softbol o arremessao é por baixo. Já a Sayumi, além dos pontos comentados pelas outras meninas, entregou outra diferença, a quantidade de entradas. 

No softbol, aquela frase de “não existe nada mais emocionante que a parte baixa da nona entrada”, precisa ser alterada para “não existe nada mais emocionante que a parte baixa da sétima entrada”.

Em sua fala, a Bibi também frisou que “o campo de softbol é muito menor, tanto pra feminino quanto pra masculino”. Ainda acrescentou que “a distância do arremessador, do catcher até o pitch play, também é mais curto”.

No geral, todas elas levantaram os mesmos pontos. A Camila também nos alertou “bem, tem algumas regrinhas diferentes, mas no geral o objetivo é o mesmo. Então as principais diferenças mesmo, seriam arremesso, bola e campo”.

Bom, é isso aí, independente do campo, da bola ou do arremesso, o que queremos ver, é a batalha do arremessador com o rebatedor, corrida sendo anotada e muita bolinha saindo pelo muro.

“De onde vieram, como vivem, o que comem”

tailgate zone: Agora que já começamos a deixar todos na mesma página, vamos lá. A pergunta pode parecer engraçada, mas quem são vocês? Como vocês chegaram até o softbol e quais são as suas maiores influências?
Camila

“Meu nome é Camila Silva, mas muitos apenas me conhecem como Nega. Tenho 30 anos e sou arremessadora da Seleção Brasileira.

Como conheci o softbol? Bom, meu pai tinha um colega de trabalho que levava os filhos no campo e aí a gente começou a participar. Eu tinha seis anos, então era bem pequena, mais brincava na areia do que de fato treinava.

Minha família foi se envolvendo bastante, hoje meus pais tem muitos amigos do meio, meu pai começou a arbitrar também. Então ele se envolveu muito.

Por um tempo, com uns 11 anos eu queria parar de jogar e daí minhas maiores influências, foram as pessoas que com certeza me deram a oportunidade de viver tudo que eu vivo no soft.

Meu pai e meu primeiro técnico, o Quenji Hoshii. Esse técnico me ligava toda sexta-feira a noite, quando ele ficou sabendo que eu não queria mais ir. Ele ligava e pedia para eu treinar no final de semana, sempre com muito carinho.

Meu pai também insistia bastante, acho que se não fosse por eles eu teria deixado de viver muita coisa legal que eu vivi no soft. Então sou muito grata a eles por terem insistido, por terem persistido tanto.”

camila silva, também conhecida como nega, arremessadora da seleção.
camila silva, também conhecida como nega, arremessadora da seleção.
fonte: facebook da seleção brasileira de softbol
Sayumi

“Meu nome é Mayra Sayumi Akamine eu comecei o softbol através do meu tio, que levava as minhas primas pra treinar e levava eu e o meu irmão pra treinar, mas como eu era muito nova eu só brincava na terra.

Eu tinha 6 anos, mas conforme eu fui crescendo eu fui treinando de verdade. Pra mim todas as meninas que eu já joguei, me influenciaram bastante, mas as meninas mais velhas que estavam na seleção adulta quando eu entrei foram uma grande influência pra mim.”

sayumi, um curinga no infield da seleção, 2b, 3b e ss.
sayumi, um curinga no infield da seleção, 2b, 3b e ss.
fonte: facebook da seleção brasileira de softbol
Samira

“Eu sou Samira Mari Tanaka, tenho 27 anos e cheguei ao Softbol através do Beisebol. Na minha cidade natal tem o Bastos Beisebol Clube e foi lá, com 8 anos de idade, que eu descobri a minha paixão pelo esporte.

Joguei dos 8 aos 12 anos com os meninos. Depois passei a jogar Soft com as meninas em Marília, uma cidade vizinha. Jogo pelo Nikkey Clube de Marília até hoje.

Lembro que a minha primeira influência foi o Pedro Ivo, de Marília. Na época ele foi jogar no Japão e eu achava aquilo o máximo! Além de ele mandar muito bem de shortstop, que também era a minha posição.

Hoje idolatro as minhas próprias amigas de equipe. Elas suam a camisa para estarem onde estão, como atletas, mas também como estudantes, profissionais, mães.”

samira, joga de 2b e ss e segundo ela, já quebrou a cara no softbol, literalmente.
samira, joga de 2b e ss e segundo ela, já quebrou a cara no softbol, literalmente.
fonte: facebook da seleção brasileira de softbol
Bibi

“Bem, eu sou a Bibi, não adianta falar meu nome, Gabriela, ninguém vai saber quem eu sou. Todo mundo só me conhece por Bibi mesmo. O baseball e o soft é um esporte praticado, aqui no Brasil, pela colônia japonesa.

Eu não tenho nada de japonesa, não sou descendente, não tenho olho puxado, nada. Foi uma história bem engraçada, por que meus pais não conheciam, ninguém da minha família conhecia.

Meu tio trabalhava numa empresa que um cara jogava. Então ele falou para o meu tio que existia o esporte e falou para levar os filhos dele. Como a gente era muito próximo, acabou que quando eles foram conhecer, eu e meus irmãos fomos junto.

Então gostamos e começamos a praticar. Eu tenho 22 anos, comecei a jogar baseball em São Bernardo do Campo. Teve um ano que o São Bernardo não conseguiu montar time e foi quando recebi um convite para jogar baseball pelo GECEBS.

Aí joguei baseball até a idade limite das meninas, 13 anos. Depois disso eu emendei pro softbol, que foi quando o GECEBS montou seu time de softbol.”

bibi, right fielder da seleção.
bibi, right fielder da seleção.
fonte: facebook da seleção brasileira de softbol

Tempo

tailgate zone: Como dividem o tempo de vocês entre o softbol e o trabalho?
Camila

“Bem, a minha jornada de trabalho é normal, de oito horas, de segunda a sexta. Durante semana eu treino com a medicina, que é o meu time atual, então de quarta e sexta a noite com elas e nos outros dias eu faço academia.

Como eu treino com a med, e é durante semana, aos finais de semana eu fico mais livre, exceto quando tem treino da seleção. Aí a gente se encontra e fica o final de semana inteiro junto.

É bem corrido né, se a gente fala com os amigos, as pessoas perguntam porque que a gente faz isso. É muita loucura, mas agora já são tantos anos na seleção e tantos anos fazendo isso, que eu acho que até de certa forma acostuma, mas é puxado.

Bem puxado, quando tem viagem a trabalho então, ou alguma coisa que já muda a rotina, fica bem complicado conciliar tudo.”

Sayumi

“Pelo menos uma ou duas horas por dia eu deixo para os exercícios físicos. No meu caso eu faço Crossfit e pilates durante a semana. Já no fim de semana tem treino de soft.”

Samira

“O maior tempo dos dias da semana fica para o trabalho, não tem jeito. É 1, 2 horas para a academia, preparo físico, prevenção. Normalmente o treino do jogo em si fica para o final de semana nos campos.”

Bibi

“Hoje eu faço administração e trabalho na área, estou quase me formando. Só a rotina de estudar e trabalhar já é bem cansativa. Ainda mais agora com esse pré olímpico. Tem que treinar todos os dias, tá com o físico bem preparado pro campeonato no final de agosto.

Então, tá sendo bem cansativo, mas treinar é a hora do meu dia que eu esqueço tudo, que o stress vai embora, que toda a preocupação vai embora, que eu to ali fazendo o que eu realmente gosto.

Acaba que é a parte divertida do dia. Então é difícil conciliar, mas é muito gratificante pra mim.”

Dificuldades

Estudar, treinar, trabalhar, cuidar dos afazeres pessoais, já é tão corrido que ficamos até com vergonha de perguntar quais as principais dificuldades que elas encontram na prática do esporte em nosso país. No entanto, é preciso, pois sabemos que os problemas vão muito além do tempo.

A Samira elencou vários pontos que dificultam a prática do esporte. Acesso a materiais esportivos (taco, bola, chuteira), disponibilidade de campos para treino e a falta de parceiros para ajudar nas despesas que envolvam os jogos. Por exemplo, viagens, alimentação, suplementos, medicamentos e consultas com especialistas.

A Bibi também nos deu mais um ponto que dificulta até a popularização do esporte. “Falando de base, é um esporte nada conhecido, então muitos times acabam se desfazendo por falta de atletas, ou por falta de crianças para entrar no esporte”. Todas elas citaram que o esporte é caro, não só pelos equipamentos mas também pelos clubes, como dito pela Bibi e pela Camila.

“Acaba sendo um esporte um pouco mais elitizado, a gente tem que pagar os clubes, então isso impede muita gente de participar, de conhecer”, foi o que disse a Camila, que mesmo assim, não deixa de repetir o que foi dito pela Samira, com relação aos materiais e aos campos.

A Bibi comentou que existe uma concentração grande de campos apenas em São Paulo. Entretanto, mesmo assim, ainda é difícil encontrar disponibilidade para os treinos, pois a prioridade para o uso, nunca é do softbol, sempre é do baseball.

Está sentindo o texto um pouco mais longo que o normal? Sim, pode ser mesmo, a entrevista com as meninas foi muito bacana. Se cansou, levanta da cadeira, vai abrir uma boa cerveja (se te for permitido) ou um bom refrigerante (eu sugiro a turbaína, tipicamente jundiaiense) e depois volte aqui, pois a conversa com elas foi excelente. Você não vai se arrepender.

Recursos

Sendo um esporte caro e sem patrocínio, como dito pela Samira, ficamos curiosos de onde saem os recursos para elas continuarem a prática. Ou então, mais que isso, como conseguem recursos para bancar as despesas de viagem também, como nos casos do campeonato sul-americano, ou os treinos em outras cidades.

A Samira contou que todo ano elas tentam criar algo novo com a cara da seleção para vender e arrecadar dinheiro. “Já fizemos camisetas, toalhas, copos, rifas, e assim vai. Também já recebemos doações de ex-atletas e faculdades americanas que jogamos”. 

Junto com isso, também existem algumas parcerias, como a Sayumi citou: “Temos parcerias que são muito importantes, como o The Pitchers Burguer and Baseball, pois eles fazem promoções que ajudam a nossa seleção”.

Nesse ano, as meninas estão vendendo toalhas, como contou a Bibi. “A gente está vendendo toalhinhas. Aquelas toalhinhas esportivas, com design feito por uma de nossas atletas. Também estamos fazendo camisetas, que foi a mesma atleta que desenvolveu”.

Já falando um pouco mais em valores, a Camila comentou conosco, que “a gente fez isso no ano do pan e arrecadou quase 15 mil reais, mas a conta não fechou”. Para esse ano, elas também estimam conseguir o mesmo valor, mas as despesas ficam um pouco mais altas que isso.

“Esse ano a gente estima arrecadar por aí também, mas as nossas despesas com treino, a gente estimou em mais de 20 mil reais. Ainda teremos mais despesas lá no canadá, de hospedagem extra, pois vamos um pouco antes para treinar. Tem alimentação também. Somando tudo que a gente precisa, até para completar uniforme, a gente vai gastar mais de 50 mil reais”.

A confederação

Pois é, nada fácil praticar o esporte no Brasil, pouco investimento como já comentamos em outro texto aqui do site mesmo. Como vocês sabem, gostamos de provocar e gostamos mais ainda de café no bule. Sendo assim, questionamos as meninas sobre a cbbs. Será que na visão delas, a cbbs assiste o softbol da maneira como deveria?

As meninas foram bem incisivas na resposta, não. “Na minha opinião, não da maneira que a gente espera. Eu sei que tem algumas questões do próprio cob (comitê olímpico do brasil) também, que impede que não tenha mais recursos destinados ao esporte brasileiro. Seja ele baseball, soft ou qualquer modalidade”, disse Camila.

Para Bibi, a cbbs é a maior culpada pela falta de investimentos e o baixo crescimento do esporte. “É muito revoltante, porque nós vamos representar o nosso país fora, representar o softbol brasileiro. Então, a gente leva o nome da confederação pra fora, traz bom resultados, só que a realidade é outra. Não tem apoio”. 

Para a Camila, mesmo não havendo recursos do governo para o esporte, a confederação deveria (ao menos) ajudar de outra forma. “Dizendo que o cob realmente não repasse nada pra cbbs, que nada do governo possa ser repassado pro esporte, ainda sim eu acho que a cbbs poderia ajudar nessa parte de organizar, pra arrecadação de dinheiro e tudo mais.”

Ela ainda acrescentou, “isso fica a cargo das atletas, a gente se divide entre soft, trabalho e essa parte das despesas. Então eu acho que nesse sentido, tendo dinheiro ou não, a cbbs poderia ter alguns recursos cuidando dessa parte pra gente, sabe? E não que a gente tivesse que dividir nossa atenção e nossa energia também com isso.”

Vitrine

tailgate zone: Como funciona a taça brasil de softbol? Ela é a maior vitrine para a seleção brasileira? Ou vocês mapeiam os talentos de outra forma?
Camila

“A taça brasil é a maior vitrine, mas também, algumas que já participaram de seleções tem seus históricos na seleção também né. Acho que isso pode variar bastante, tem menina que pode jogar aqui e não tão bem na seleção e vice-versa, então acho que as vitrines realmente são os campeonatos internacionais. Para as meninas que estão nos EUA, lá tem muita estatística e isso ajuda. Então essa seria a forma mais direta de acompanhar a performance de cada candidata à seleção.”

Sayumi

“A Taça Brasil é o campeonato para decidir qual time vai ser cabeça de chave do Campeonato Brasileiro. Para a seleção da categoria adulta, sim. Esse campeonato é a seletiva onde os técnicos da seleção irão ver quem está bem ou não, mas no caso das categorias mais novas existem as seletivas em que são feitos vários testes para ver como as atletas estão.”

Samira

“Sim. Geralmente é da Taça Brasil que os técnicos escolhem as atletas para compor a seleção. Até por se tratar de um campeonato nacional e acontecer no começo do ano.”

Bibi

“Diferente do baseball, pra nós do softbol, a taça brasil é o segundo campeonato mais importante. O primeiro é o campeonato brasileiro. É o segundo porque só temos dois e isso dificulta muito subir o nível no brasil.

São só dois campeonatos importantes no ano, um total de oito jogos. Quando vamos comparar com outros países, as meninas jogam mais de 50 jogos no ano, o volume de jogo é muito diferente.

O campeonato brasileiro é a maior vitrine, é onde tem o melhor do ano. É onde podemos pleitear o bolsa atleta também, quando tem, pois não é sempre que tem. É onde os técnicos vão assistir pra ver quem está mais apta para participar da seleção.

Desde o sub 13 até o adulto, tem todos esses campeonatos. Acaba que as meninas que se destacam, jogam para categorias de cima e aí tem umas regrinhas que podemos fazer. Por exemplo, quando eu era mais nova acaba que jogava um monte de jogos por ano. Eu podia participar das categorias de cima.”

Treinos

tailgate zone: Onde vocês costumam treinar e como funciona a rotina de treino? Existe alguma programação diferenciada para eventos de maior importância?
Camila

“Não tem um padrão. Esse ano a gente deve treinar mais no anhanguera, mas é realmente onde tem campo disponível. Não tem campo oficial para a seleção treinar.

Cada atleta tem que fazer a sua lição de casa, fazendo academia e tudo mais. A preparação com o time, basicamente é uma vez por mês, até por conta dos custos. Fica muito caro reunir todas as meninas.

Se existe alguma preparação diferenciada? Acredito que não. No pan a gente treinou bastante. Aquele ano teve bastante feriado, então a gente conseguiu se encontrar mais.

O pan foi há quatro anos, acho que nesse momento a gente não colocava tanto as despesas no papel. Foi quando a gente começou a fazer isso na verdade. Então acho que hoje como a gente tem muito mais clareza do quanto cada uma tem que gastar pra ir treinar e quanto cada uma pode fazer sozinha com seus clubes.

Eu acho que até o técnico tem preferido diminuir os encontros coletivos para que cada uma não tenha tanto esse problema das despesas, mas que possa continuar se preparando com os seus times.”

Sayumi

“Eu jogo por Marília (SP), mas moro em Maringá (PR), então eventualmente eu acabo treinando mais em Maringá. Nos treinos da seleção depende bastante da disponibilidade dos campos, a quantidade de campos não é grande e a maioria está em São Paulo.

Recentemente temos a ajuda da Dr. Karina Hatano, Nutricionista Denise Kunitake e Fisioterapeuta Amanda Chimura. Elas nos passaram um treino para cuidar do nosso braço, que é bastante utilizado nos treinos e jogos. Também entraram com a suplementação para poder nos ajudar na nossa condição física.

Temos também o treinador Marcos da DM2 em que ele desenvolve treinos que irão nos ajudar a evitar lesões e também ganhar mais força e potência.”

Samira

“A maioria dos treinos acontecem em São Paulo, capital, um final de semana ou feriado prolongado por mês. Às vezes participamos de torneios para ganharmos ritmo de jogo.

A preparação fica por conta de cada atleta no dia a dia em suas cidades e clubes. Quando nos juntamos no treino mensal, focamos nas estratégias de jogo e entrosamento da equipe.”

Bibi

“A gente costuma treinar de final de semana ou feriado. A gente reúne toda a seleção, em algum campo, que vai fornecer o campo pra treinar e o alojamento.

Geralmente a gente treina em São Paulo, porque é onde tem a maior concentração de campo e é mais fácil para todo mundo vir. Ibiúna, Santana de Parnaíba, Arujá, acho que esses são os principais.

Só que fora isso a gente precisa fazer a nossa preparação. Tem a nossa médica Karina Hatano, que faz esse trabalho de treino junto com o nosso preparador físico, o Marcos, e a nossa nutricionista Denise. Eles montam um treino para nós, individualmente. Com a Dr Karina, a gente também faz acompanhamento de lesões.

Tudo isso é novo, tá? Vem de uns três anos pra cá e é super importante, a gente percebeu que precisa mesmo. Teve uma seleção que foi o ano passado jogar o campeonato sul-americano e todo final de jogo ia lá com a Dr Karina pra cuidar. Fazia muita diferença no dia seguinte.

Estamos com uma preparação bem definida e boa, desses profissionais voluntários, que apoiam a gente.”

E agora josé?

Os relatos que tivemos das meninas são inspiradores, a cada palavra dita, é possível sentir o que elas sentem. Sonhamos, junto com elas, por algo melhor. Entretanto, infelizmente, junto com essa inspiração e essa força, vemos também mais um retrato do descaso com o esporte no país.

Não falo apenas do softbol, em outro texto já discutimos isso. Acreditamos que mais do que representar o Brasil, o esporte pode ser uma ferramenta para educar e também representar esperança para muitas pessoas.

Não temos o intuito de tornar ninguém um mártir, queremos apenas dar mais voz aos nossos atletas e se possível, ajudá-los a crescer cada vez mais. Então você, amigo tailgater que leu a entrevista, nos ajude a divulgar o trabalho dessas meninas. 

Corre lá no the pitchers, compre uma toalhinha, divulgue na escola, no trabalho. As dificuldades são muitas, mas elas continuam lutando e nos dando orgulho. Então, porque não lutarmos por elas também? Tóquio já bate a porta e uma coisa podemos garantir. Não vai ser por falta de entrega, paixão ou suor, que essas meninas ficarão fora. 

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