WNBA Finals 2023: Uma final histórica

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Amanhã, 8 de outubro começam as finais da WNBA. Las Vegas Aces e New York Liberty se enfrentam naquela que pode ser uma final histórica para a liga e eu explico pra vocês o porquê. Mas primeiro, temos que falar de NBA.

NBA na década de 80

Na década de 80, a NBA estava enfrentando dificuldades financeiras e baixa popularidade, algo que poderia inviabilizar a liga em mais alguns anos. Os contratos transmissão começaram a ficar menos lucrativos e algumas franquias estavam à beira da falência. Captar recursos internacionais era um problema, já que a liga não tinha nenhuma visibilidade fora dos Estados Unidos. Pra completar o fiasco, as grandes estrelas, aquelas que faziam o fã sair de casa, não existiam mais. Foram anos de uma safra de jogadores que definitivamente eram medíocres (Alô Fernandão!). Eis que uma dupla começa a fazer muito barulho no College e de lá já traz a rivalidade para a NBA.

They Call Me Magic

Earvin Johnson Jr. ingressou em Michigan State no ano de 1977, depois de uma carreira de destaque no basquete colegial em Lansing, Michigan. Logo em seu primeiro ano na universidade, Johnson liderou os Spartans ao título da NCAA. Foi um feito tão surpreendente que o apelido de “Magic” pegou facilmente. Em seu tempo de basquete universitário, Magic foi nomeado o MVP do torneio da NCAA em 1979, e suas habilidades versáteis como armador com tamanho e visão de jogo excepcionais o fizeram ser selecionado na 1ª escolha geral do Draft de 1979 pelo Los Angeles Lakers.

Larry Legend

Larry Joe Bird cresceu em French Lick, no estado de Indiana, e desde cedo chamava a atenção como um talentoso jogador de basquete nas escolas locais. Sua carreira universitária começa na Universidade de Indiana, mas depois de um ano, em 1976, ele transferiu-se para Indiana State. Bird rapidamente se tornou a estrela da equipe de basquete e liderou a universidade em 1979, quando levou a universidade às finais da NCAA. Um caso curioso é que Larry Bird embora escolhido pelo Boston Celtics no Draft de 1978, decidiu retornar para Indiana State. Bird estava elegível para o Draft de 1979, mas minutos antes do Draft, fechou contrato de 5 anos com o Boston Celtics.

Final da NCAA de 1979

Enfim, essas duas lendas da NBA se enfrentaram na final da NCAA de 1979. Com toda a certeza essa é uma das finais mais marcantes e icônicas da história do basquete universitário e é frequentemente lembrada como o início de uma das maiores rivalidades do esporte. O jogo aconteceu em 26 de março de 1979, e foi assistido por milhões de telespectadores em todo o país. O jogo foi disputado em Salt Lake City, Utah, e foi assistido por um público de mais de 17.000 espectadores.

Michigan State venceu Indiana State por 75 a 64, com Magic Johnson como cestinha do jogo, com 24 pontos. Bird marcou 19 pontos durante o jogo e foi o cestinha por Indiana State. Ele ainda agarrou 13 rebotes, enquanto Magic teve 7 e mais 5 assistências. A rivalidade entre Bird e Magic, que mais tarde continuaria na NBA, começou a se formar naquele jogo. Aquele jogo foi muito mais do que apenas uma competição esportiva. Ele foi um evento que ajudou a catapultar o basquete universitário para o cenário nacional e despertou o interesse das pessoas pelo esporte.

Surge uma rivalidade

O jogo foi marcado por grandes jogadas de ambos os lados, e a competição intensa entre Bird e Magic foi o destaque. Magic Johnson foi nomeado o MVP do torneio. Na NBA a rivalidade dos dois ficou ainda mais intensa por conta da rivalidade de dois grandes centros, Boston e Los Angeles. As duas cidades, sempre tiveram grandes embates esportivos e ainda contavam com uma questão racial muito forte. Enfim, foi graças a essas duas estrelas, que a NBA conseguiu retomar sua popularidade.

Foram batalhas épicas nas finais da NBA que capturaram a imaginação dos fãs de basquete pelos Estados Unidos e todo o mundo. Bird e Johnson eram jogadores excepcionais e líderes de equipe que elevaram o nível de competição. Suas personalidades carismáticas e estilos de jogo empolgantes fizeram com que as pessoas se apaixonassem pelo basquete. A audiência começou a aumentar, patrocinadores apareceram e o basquete acabou se estabelecendo como um dos principais esportes nos Estados Unidos e no mundo.

Enfim, na WNBA, ao contrário da NBA, a liga vem em franco crescimento e já falamos disso em alguns Zone Casts e até em texto no nosso site. Embora o Minnesota Lynx e LA Sparks tenham formado grandes times na década de 2010 e 2000, respectivamente, até hoje, na história da liga, só podemos dizer que existiu um super time, o Houston Comets. A franquia que dentre suas estrelas contava com a brasileira Janeth, venceu os 4 primeiros títulos da liga. Era um timação! Cynthia Cooper, principal estrela do time, era a melhor jogadora da liga e ainda tinha ao seu lado duas lendas; Sheryl Swoopes e Tina Thompson.

A era dos super times na WNBA

Agora, em 2023, em meio a um crescimento exponencial da WNBA, onde até vemos uma expansão da liga chegando, com uma nova franquia sendo anunciada em São Francisco, também vemos dois super times sendo criados. No começo da temporada vimos a MVP Breanna Stewart deixar o Seattle Storm e partir para o New York Liberty juntar forças com a incrível Sabrina Ionescu. Dias depois, a armadora estrela da liga, Courtney Vandersloot, se juntou a elas. Esse trio já seria suficiente para deixar esse Liberty dando medo em muitos. Mas Jonquel Jones, MVP em 2021, chegou por troca e deixou esse time ainda mais apimentado.

Tudo isso para guerrear com o atual campeão da Liga, o Las Vegas Aces. A franquia do estado de Nevada conta com 3 jogadoras do top 6 da liga: A’ja Wilson, Candace Parker e Kelsey Plum. Pra completar o elenco, ainda tem uma jovem estrela em Jackie Young e a incrível Chelsea Gray. Nessa temporada de 2023, foram 5 encontros entre os dois times. Sendo 3 vitórias para o Liberty e 2 para o Aces. Podemos dizer que o Aces começou bem melhor que o Liberty e inclusive ameaçou um daqueles recordes inquebráveis, o de maior porcentagem de vitória na temporada regular, que pertence ao Houston Comets de 1998 (90% de aproveitamento).

O que esperar do futuro?

Mas, infelizmente, o time teve uma leve queda de produção, até para poupar suas jogadoras. Já o Liberty embora tenha tido dificuldades contra Connecticut Sun, chegou quente nos playoffs e parece não querer deixar o Aces buscar o bicampeonato. Enfim, pode ser cedo para cravar o que a rivalidade desses times produzirá para a liga, mas hoje não seria insano pensar dessa forma. No cenário atual, consigo dizer que estamos no caminho para que a gente possa falar, como tiozões, que vimos a rivalidade que impulsionou o crescimento da WNBA. E você, o que acha? Conta pra gente aí nos comentários, deixa seu palpite para as finais da WNBA e escolhe o seu lado para acompanhar essa final que tem muitas expectativas envolvidas.

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