Hall da Fama: Duke Snider

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Este texto sobre Duke Snider faz parte da série “Hall da Fama” em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.

Duke Snider é um dos icônicos jogadores dos Dodgers de todos os tempos. Ele jogou pelo Brooklyn/Los Angeles Dodgers de 1947 a 1962 como center field e é um dos melhores rebatedores de força da história do baseball.

Edwin Donald Snider nasceu em 19 de setembro de 1926, em Los Angeles. Snider jogava futebol americano e baseball durante o Ensino Médio. Ele frequentou a Compton High School de 1940 a 1943. Destacando-se como jogador de baseball, ele foi descoberto por um scout de Branch Rickey, general manager dos Dodgers. Mas logo ele assinou um contrato e foi mandado para o Montreal Royals, da International League.

No entanto, a passagem pelo serviço militar durante 1945 e um período de 1946 adiou a chegada de Duke Snider à MLB. Mas já no fim de 1946 ele retornou às atividades esportivas atuando pelo Fort Worth Cats e, em 1947, pelo St. Paul Saints, ambas equipes de minor league.

NA MLB

Seu destaque pelo St. Paul fez com que os Dodgers o convidasse para integrar o time durante o Spring Training da temporada 1947. Embora tenha estreado na MLB em abril de 1947 e feito 40 jogos nessa temporada, Snider começou a temporada de 1948 atuando pelo Montreal Royals. Mas novamente sua produção ofensiva (.327) chamou a atenção dos Dodgers e ele foi integrado ao time a partir de agosto tendo jogado 53 partidas naquela temporada.

Duke Snider
Silver Fox.
Fonte: WBUR

A partir de 1949, no entanto, Duke Snider se tornou um Dodger definitivamente e ajudou  o time a chegar à World Series. Seus 23 home runs, as 92 corridas impulsionadas e 100 anotadas, mais a média de .292 foram fundamentais para colocar a equipe do Brooklyn na disputa pela série mundial contra o New York Yankees, que a venceria (4-1).

Mas se 1949 foi especial, a temporada 1950 foi espetacular. Snider rebateu para .321, com 30 home runs, 107 RBI, 100 corridas anotadas em 199 rebatidas. Em 1950 Duke Snider teve a primeira de sete convocações consecutivas para o All-Star Game (1950-1956).

A temporada de 1951 veio com queda nos números. Mas longe de serem ruins, apenas não estavam no padrão “Duke Snider”. Embora tenha rebatido 23 home runs, impulsionado 101 corridas e anotado outra 96, sua média de rebatidas caiu para .277. Esse “insucesso” fez com que Snider pedisse para ser trocado,

“Eu disse a (Walter) O’Malley que queria uma troca. Não aguentava mais a pressão. Eu disse a ele que preferia ser negociado. Eu disse a ele que achava que não poderia ajudar os Dodgers”.

A troca, ainda bem, não aconteceu e Snider se adaptou.

Vida nova

A temporada de 1952 trouxe novo frescor para a carreira de Duke Snider. Era como se ele tivesse começado uma vida nova. Entre 1952 e 1955 ele sustentou médias de .322 de aproveitamento, de 181 rebatidas, 114.5 corridas anotadas e 121 impulsionadas por temporada. Mas não apenas isso.

Em 1953 e 1955 Duke Snider liderou toda a MLB em corridas anotadas (132 e 126, respectivamente) e corridas impulsionadas, em 1955, com 136. Ele rebateu 40 ou mais home runs em cinco temporadas consecutivas (1953-57) e obteve uma média de 42 home runs, 124 RBI, 123 corridas anotadas e uma média de rebatidas de .320 entre 1953-1956.

Ainda em 1955, Snider terminaria em segundo lugar no prêmio de MVP da National League, perdendo para seu companheiro de time, Roy Campanella. Além disso, ele contribuiu para o primeiro e único título de World Series dos Dodgers atuando no Brooklyn. Novamente o adversário foi o New York Yankees numa série muito disputada (4-3). Durante a Série Mundial Duke Snider teve aproveitamento de .320, com cinco corridas anotadas, outras sete impulsionadas, além de quatro home runs.

Mudança de casa

Os Dodgers saíram do Brooklyn e foram para a Los Angeles em 1958. A mudança de casa não foi positiva para a Silver Fox (um dos apelidos de Snider). Entre 1958 e 1964 seus números caíram significativamente. Embora tenha registrado média de .312, em 1958 ele teve 15 home runs e apenas 58 RBI.

A mudança dos Dodgers para a Califórnia evidenciou o envelhecimento de Duke Snider. Seus números foram piorando. Os home runs, outrora tão prolíficos, se tornaram escassos. Jogando pelo Los Angeles Dodgers, Snider conseguiu, em 1959, sua melhor temporada rebatendo bolas além dos limites do campo, com 23.

Durante a World Series de 1959, disputada contra o Chicago White Sox, a queda de rendimento de Duke Snider ficou ainda mais evidente. O aproveitamento de apenas .200 somado a um home run rebatido, duas corridas impulsionadas e uma anotada mostraram que a carreira de Snider se encaminhava para o fim.

Além da idade, as contusões no joelho começaram a cobrar seu preço. Duke jogaria as temporadas de 1961 e 1962 não mais como o titular absoluto do campo central dos Dodgers. Nesse dois anos Snider jogou 165 partidas atuando nas três posições do campo externo.

Mudanças de casas

Em 1963, Duke Snider voltaria para Nova York para jogar pelos Mets. Embora tenha feito novamente uma temporada de mais de 100 jogos (129), nada deu muito certo para Snider no Queens. Foram apenas 14 home runs, 45 RBI e uma média de rebatidas de .243. Ainda assim, Duke foi chamado para o All-Star Game daquela temporada.

Na temporada seguinte, 1964, Duke Snider voltou para a Califórnia. Mas dessa vez para atuar no arquirrival dos Dodgers: o San Francisco Giants. Entretanto, novamente aquela foi uma temporada de pouco produtiva. Os números de Snider foram bem tímidos: .210; 16R; 17 RBI; 4HR em 91 jogos.

Definitivamente era a hora de parar.

Aposentadoria e Hall da Fama

Duke Snider esteve na MLB por 18 anos, a imensa maioria deles com os Dodgers. Ao fim de 1964 ele declararia sua aposentadoria ostentando números importantes: 2.116 rebatidas, 407 home runs, 1.259 corridas anotadas, 1.333 impulsionadas com média final de .295.

Depois de se aposentar Snider trabalhou nas transmissões de jogos do San Diego Padres como comentarista, de 1969 a 1971, e depois do Montreal Expos, de 1973 a 1986. Além disso, ele chegou a atuar em alguns filmes fazendo pequenas participações. Na maioria deles Duke interpretava a si próprio ou algum personagem vinculado ao baseball.

Willie Mays, adversário em campo, tinha palavras gentis sobre Snider,

“Duke era um bom homem, um excelente rebatedor e um grande amigo, embora fosse um Dodger”.

Os Dodgers retiraram o número #4 de Snider. Ele se juntava, nesse panteão, a jogadores como Pee Wee Reese, Roy Campanella, Jackie Robinson e Sandy Koufax. A indicação para o Hall da Fama veio em 1980. Em 27 de fevereiro de 2011 Snider morreu vítima de uma doença não revelada pela família.

Duke Snider
Snider nos braços de Jackie Robinson, Pee Wee Reese e Roy Campanella.
Fonte: True Blue LA

Durante sua carreira Snider amealhou US$ 526.000, muito distante dos atuais contratos multimilionários. Duke chegou a ironizar esse baseball cheio de dinheiro:

“Cara, se eu ganhasse um milhão de dólares, chegaria às seis da manhã, varreria as arquibancadas, lavaria os uniformes, limparia o escritório, administraria o time e jogaria as partidas”.

Uma outra cabeça, um outro tempo! Esse é Duke Snider!

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